Almoço campeiro e celebração no CTG Rancho da Amizade
O 20 de setembro, data mais simbólica do calendário gaúcho, ganha sabor e memória no CTG Rancho da Amizade. Para marcar o Dia do Gaúcho e encerrar a programação da Semana Farroupilha, a casa abre cedo: às 7h tem café campeiro, e ao meio-dia começa o almoço com churrasco e saladas preparados no estilo campeiro, foco da proposta gastronômica do evento.
O cardápio privilegia o que identifica o Sul do Brasil: carne bem assada, saladas frescas e preparo à moda do campo. A ideia é servir comida simples, farta e com aquele tempero de convivência que sempre esteve no centro da cultura dos CTGs. Para além da mesa, o encontro reúne famílias, amigos e visitantes que buscam celebrar símbolos, histórias e ritos gaúchos.
Depois do almoço, a tarde é de apresentações culturais. O público deve ver danças tradicionais, música nativista, declamação e rodas de verso, em um roteiro pensado para valorizar a memória e a identidade do Rio Grande do Sul. Essas mostras costumam envolver invernadas artísticas, prendas e peões, reforçando a transmissão de costumes entre gerações.
O evento integra a Semana Farroupilha, período em que as entidades tradicionalistas relembram a Revolução Farroupilha (1835–1845) e ressaltam valores associados ao povo gaúcho, como coragem, respeito à palavra dada, solidariedade e trabalho no campo. Não é um feriado qualquer: é um ritual cívico-cultural com forte laço comunitário.
Os Centros de Tradições Gaúchas são, há décadas, espaços de preservação de práticas como a dança de salão, o chote, a vaneira, a chula, a música de galpão, o artesanato em couro, a lida campeira e a culinária. No Rancho da Amizade, setembro é tratado como “mês do gaúcho”, com atividades que vão de oficinas e rodas de conversa a ensaios abertos e vivências para crianças, tudo para manter o ciclo de transmissão cultural vivo.
Além do valor simbólico, encontros como este aquecem a economia local. Assadores, cozinheiras, fornecedores de saladas e produtos coloniais, costureiras de pilchas e músicos encontram no calendário farroupilha uma vitrine e uma fonte de renda. É a cultura movimentando trabalho, turismo de proximidade e o comércio do bairro.
Quer participar sem erro? Vale seguir o básico: chegar cedo para o café, garantir um bom lugar para o almoço e ficar para as apresentações da tarde. Quem quiser pode vestir a pilcha, levar a cuia de chimarrão e participar com respeito aos protocolos tradicionalistas do CTG. Famílias com crianças são bem-vindas, e o clima costuma ser de convivência tranquila.
- 7h – Café campeiro no galpão do CTG
- 12h – Almoço com churrasco e saladas no estilo campeiro
- Tarde – Apresentações culturais e atividades de integração
Para o CTG Rancho da Amizade, manter viva a memória farroupilha passa pela mesa, pela música e pela reunião de gente. Ao estimular a comunidade a revisitar feitos e tradições, a entidade reforça a ideia de que identidade cultural se aprende em roda, se exercita em ritual e se compartilha no cotidiano.

Por que a data importa
O 20 de setembro representa uma síntese de história e pertencimento no Rio Grande do Sul. A Semana Farroupilha não celebra guerra, e sim legado: o apreço pela palavra, o culto às origens, o hábito da hospitalidade e a valorização do trabalho do campo. A cada ano, CTGs como o Rancho da Amizade renovam esse pacto cultural com a comunidade, mostrando que tradição só resiste quando é vivida.
Na prática, esse tipo de evento conecta gerações. Quem cresceu no galpão volta com os filhos, quem está chegando à cultura gaúcha descobre sabores, músicas e símbolos, e todos saem com a sensação de fazer parte de algo maior. É a cultura como experiência, não só como lembrança.