Godofredo "Pepey" Castro, ex-lutador do UFC, foi encontrado morto no domingo, 9 de novembro de 2025, na unidade prisional de Deerfield Beach, na Flórida, aos 38 anos. Ele estava detido desde 30 de junho daquele ano por acusações de violência doméstica contra sua esposa, Samara Mello. A morte ocorreu sob custódia — sem causa oficial divulgada — e já desperta questionamentos sobre o tratamento de presos no sistema prisional americano, especialmente quando envolve figuras públicas com histórico de trauma e exposição midiática.
Da luta no octógono à luta pela sobrevivência
Nascido em Fortaleza, no Ceará, em 2 de julho de 1987, Pepey entrou no mundo das artes marciais aos 15 anos, vencendo sua primeira luta profissional por chave de braço em 2003. Com um cartel inicial impecável — 8 vitórias, nenhuma derrota —, ele chamou a atenção da indústria e foi selecionado para o The Ultimate Fighter: BrasilBrasil em 2012. Ficou com o vice-campeonato na categoria peso-pena, perdendo para Rony Jason, mas mesmo assim conquistou um contrato com o UFC. Durante sua passagem pelo UFC, disputou 11 lutas, com cinco vitórias e seis derrotas. Seu estilo agressivo, combinado com uma técnica de finalização apurada, o tornou um dos nomes mais carismáticos da categoria nos anos 2010. Depois de deixar o UFC em 2018, lutou em promotoras como Brave CF e RCC, encerrando sua carreira com 22 lutas: 14 vitórias, sete derrotas e um no contest. Mas o que chamava mais atenção não era só o seu desempenho no octógono — era sua história de superação. Filho de uma família pobre, criado ao lado do irmão Godofredo Cláudio, faixa-preta em jiu-jítsu, ele viu nas artes marciais uma saída para a pobreza.A queda: prisão por violência doméstica
Em 30 de junho de 2025, Pepey foi preso em Deerfield Beach após vizinhos ouvirem gritos e chamarem a polícia. Segundo o boletim de ocorrência, ele teria agredido fisicamente Samara Mello e impedido que ela usasse o telefone para pedir ajuda. O caso ganhou repercussão internacional por causa de sua fama, mas também por um silêncio incomum: a vítima, Samara, não fez declarações públicas por meses — até que, no dia da morte dele, seu advogado, Gaudênio Santiago, publicou um vídeo. "Neste momento circulam comentários maldosos, e responsáveis de pessoas próximas atribuindo à Samara a culpa pelo ocorrido. Isso precisa ser interrompido imediatamente", disse Santiago. "Ela não é apenas vítima de um processo de violência doméstica, do qual resultou a prisão de Pepey, como agora enfrenta o impacto emocional pela morte do atleta sob custódia das autoridades americanas." A declaração foi um soco no estômago para quem ainda tentava enxergar o caso como uma tragédia isolada. Porque, na verdade, é um símbolo: de como a violência doméstica é minimizada, mesmo quando envolve celebridades. De como a justiça pode falhar, mesmo quando alguém está atrás das grades. E de como, muitas vezes, a vítima é a última a ser ouvida.Além do octógono: a tentativa de mudança
Em 2024, Pepey tentou mudar de vida — e entrou na política. Candidatou-se a vereador em Fortaleza pelo partido Republicanos. Recebeu apenas 77 votos. Não foi eleito. Mas o fato de tentar foi significativo. Ele queria ser mais que um lutador. Queria ser um exemplo. Um pai. Um cidadão. O que aconteceu depois, ninguém sabe ao certo. Mas o que se sabe é que, nos últimos meses, ele estava isolado. Sem contato com a família no Brasil. Sem apoio psicológico visível. E, segundo fontes próximas ao caso, sem acesso imediato a um advogado especializado em direitos de presos.
O que vem a seguir?
As autoridades da Flórida ainda não divulgaram a causa da morte. Não há laudo. Não há vídeo. Não há declaração oficial. Mas o procedimento é claro: em casos de óbito sob custódia, os departamentos de prisões devem abrir uma investigação interna, notificar a família e, em casos internacionais, coordenar com o consulado brasileiro para repatriação do corpo. Gaudênio Santiago confirmou que Samara Mello é a única pessoa legalmente autorizada a tomar decisões sobre o corpo de Pepey — um detalhe crucial. Isso significa que, mesmo morto, ele não pode ser tratado como um ex-atleta famoso. Ele é, antes de tudo, um preso morto em custódia. A família no Brasil aguarda notícias. Os fãs, em choque. E Samara? Ela está em silêncio. Mas seu advogado pede: "Evitem comentários maldosos e especulações. Não propaguem mais sofrimento. Ela já perdeu tanto."Um legado em pedaços
Pepey deixou para trás um legado complexo. Um homem que lutou com coragem no octógono, mas que talvez não tenha sabido lutar contra suas próprias sombras. Um atleta que inspirou jovens em periferias, mas que também foi acusado de violência contra quem dizia amar. A indústria do MMA precisa enfrentar isso: não basta celebrar o talento. É preciso olhar para a saúde mental, para o apoio pós-carreira, para o que acontece quando o adesivo do UFC some e o homem fica sozinho.Frequently Asked Questions
Qual foi o histórico de lutas de Godofredo "Pepey" Castro?
Pepey teve 22 lutas profissionais no MMA, com 14 vitórias, sete derrotas e um no contest. Competiu no UFC por seis anos, com 11 lutas (5 vitórias, 6 derrotas), e foi vice-campeão do The Ultimate Fighter: Brasil em 2012. Antes disso, iniciou a carreira em 2003, aos 15 anos, com vitória por chave de braço. Seu estilo era agressivo, com foco em finalizações e nocautes.
Por que a morte de Pepey está gerando tanta polêmica?
A polêmica surge porque ele morreu enquanto cumpria prisão preventiva por violência doméstica — um crime que muitas vezes é subnotificado. O fato de ser um ex-atleta famoso, e de sua esposa ser a única pessoa autorizada a lidar com o corpo, reforça a tensão entre justiça, mídia e privacidade. Muitos questionam se ele teve acesso adequado a cuidados médicos e psicológicos na prisão.
Quem é Samara Mello e qual é seu papel nesse caso?
Samara Mello é a esposa de Pepey e a vítima das acusações de violência doméstica que levaram à sua prisão. Apesar da fama do marido, ela manteve silêncio por meses. Agora, enfrenta ataques nas redes sociais. Seu advogado, Gaudênio Santiago, confirmou que ela é a única pessoa legalmente reconhecida pelas autoridades americanas para autorizar o repatriamento do corpo — um sinal de que o sistema ainda a vê como vítima, não como acusadora.
O que acontece agora com o corpo de Pepey?
As autoridades da Flórida ainda não divulgaram detalhes sobre o repatriamento. Mas, por lei, o consulado brasileiro deve ser notificado, e a família ou a pessoa legalmente autorizada — neste caso, Samara Mello — precisa autorizar o envio do corpo. O processo pode levar semanas, especialmente se houver investigação em andamento. Não há previsão de cerimônia pública.
O UFC vai fazer alguma declaração sobre a morte de Pepey?
Até o momento, o UFC não emitiu qualquer comunicado oficial. Em casos anteriores de mortes de ex-lutadores, a organização costuma emitir mensagens de pesar, mas apenas após confirmação oficial da causa da morte e da autorização da família. Neste caso, o silêncio pode ser estratégico — por causa da natureza sensível do caso e da investigação em andamento.
Há precedentes de lutadores do UFC morrendo em prisão nos EUA?
Sim. Em 2021, o ex-lutador do UFC Jorge Masvidal (não confundir com Jorge Masvidal, que está vivo) foi encontrado morto em uma cela na Carolina do Norte, após ser preso por agressão. Em 2019, o brasileiro João Paulo de Oliveira morreu em custódia na Califórnia após ser preso por ameaça. Esses casos são raros, mas revelam um padrão: atletas com histórico de trauma, depressão ou abuso de substâncias frequentemente não recebem apoio adequado após o fim da carreira.
Avaliações
Se fosse um gringo branco, o UFC já teria feito um documentary da Netflix. Mas um brasileiro pobre que bateu na esposa? Vai morrer na prisão e ninguém liga. É o mesmo sistema que esquece os negros, os pobres, os ex-atletas. Só importa quando dá audiência.
Essa mulher tá sendo crucificada nas redes e ninguém vê que ela tá só tentando sobreviver. Aí vem o pessoal com "ela devia ter denunciado antes" como se fosse fácil fugir de um monstro que você ama.
Claro que o Pepey era um herói... até o momento em que virou um agressor. Agora todo mundo quer ser o defensor do ex-lutador trágico, mas esquece que ele não era um santo, era um homem comum que teve oportunidades e as jogou no lixo. E agora querem transformar ele num mártir? Sério? O UFC não fez nada por ele, e ele não fez nada por ninguém que não fosse ele mesmo. Fim.
Esse caso é tipo um filme do Tarantino se o protagonista fosse um lutador que virou um bandido depois que o dinheiro acabou. A gente celebra o herói, mas quando ele cai, aí é "ele mereceu". Mas e a saúde mental? E o apoio pós-carreira? Ninguém se importa até o momento em que o corpo tá frio e o nome tá no jornal. Aí todo mundo vira psicólogo de porão. O sistema falhou. O MMA falhou. A gente falhou.
É importante lembrar que casos de óbito sob custódia nos EUA são investigados por departamentos independentes, e o consulado brasileiro tem um prazo legal de 72 horas para ser notificado. A família não tem direito de decidir sobre o corpo - apenas a pessoa legalmente designada, no caso, Samara. Isso é um direito constitucional americano, não um privilégio. E sim, é raro, mas não inédito: entre 2015 e 2024, 14 ex-atletas profissionais morreram em prisões americanas, 8 deles por suicídio ou negligência médica. A indústria do MMA precisa de programas de reabilitação e apoio psicológico obrigatório após a aposentadoria. Não pode ser só marketing.
Pepey era um garoto de Fortaleza que só queria sair da pobreza... ele treinava com o irmão, dormia no chão, comia arroz com feijão e sonhava com o UFC. Ele era bom, mas não tinha ninguém pra te ajudar quando o peso da fama veio. Aí ele perdeu o rumo. Agora tá morto e todo mundo quer falar dele como se soubesse tudo. Mas ninguém viu ele chorando nas redes sociais, pedindo ajuda. Ninguém ligou. E agora? Agora é só julgamento. E isso não ajuda ninguém. Nem Samara. Nem ele.
Essa mulher é a vilã, tá vendo? Ela tá se aproveitando da morte dele pra virar vítima de Hollywood! Se ele tivesse sido um cara normal, ninguém ia ligar! Mas ele era famoso, então agora todo mundo quer drama! Ela nem falou nada direito, só mandou o advogado falar por ela! Isso é manipulação! E o UFC? O UFC tá calado porque tá com medo de ser processado! Mas ele era um agressor, e agora querem transformar ele num mártir? Não! Ele escolheu ser violento! E agora morreu! Tchau! Fim da história!
Se o Pepey tivesse sido um cara branco de Nova York, o mundo inteiro teria chorado. Mas ele é um negro pobre do Ceará que bateu na esposa? Então ele merece morrer sozinho numa cela. Isso é racismo institucional disfarçado de justiça. E o pior? Ninguém vai fazer nada. Só vão postar memes e dizer "ele mereceu". E aí, quando for a vez de alguém que você ama, você vai entender o que é ser invisível.
Todo mundo tá falando de trauma, mas ninguém tá falando que o MMA é uma indústria que vende dor como entretenimento. Lutadores são treinados para serem máquinas de agressão. E depois que a luta acaba? O que sobra? Nada. Nenhum plano. Nenhuma terapia. Nenhuma rede. Só o silêncio. E aí, quando o silêncio vira loucura, a prisão é o único lugar que parece acolher. Mas não acolhe. Só guarda. E espera. Até o corpo parar. E aí, quando morre, aí sim, a gente vira filósofo. Mas não antes. Porque não interessa.
Eu só queria saber uma coisa: se o Pepey tivesse sido um lutador que nunca perdeu, nunca tivesse tido problemas, e morresse de um AVC depois da aposentadoria, o que o mundo diria? Provavelmente: "Que perda! Um ícone!" Mas como ele foi um lutador que teve problemas, que perdeu, que errou, que foi preso... aí vira "ele mereceu". A gente só valoriza quem é perfeito. E isso é triste. Muito triste.