Marina Colasanti: A Lenda da Literatura Brasileira
O Brasil perdeu um de seus maiores tesouros literários com o falecimento de Marina Colasanti aos 87 anos em Ipanema, Rio de Janeiro. Nascida em 26 de setembro de 1937, em Asmara, Eritrea, ela se mudou para o Brasil em 1948, trazendo consigo um mundo de imaginação e talento que rapidamente a solidificariam como um nome entre os gigantes das letras brasileiras.
A vastidão de seus escritos é impressionante. Colasanti publicou mais de 70 obras ao longo de uma carreira que abarcou poesia, contos e ensaios, tanto para adultos quanto para crianças. Ela demonstrava uma habilidade única para capturar a complexidade da experiência humana em suas palavras, tocando corações e mentes de leitores jovens e adultos. Alguns dos seus livros ganharam vida própria, transformando-se em clássicos instantâneos da literatura nacional, frequentemente encontrados nos currículos escolares e estantes pessoais de muitos brasileiros.
Reconhecimentos e Prêmios
O trabalho de Marina foi amplamente reconhecido e celebrado. Entre muitos outros prêmios, ela conquistou o prestigiado Prêmio Machado de Assis em 2023, reconhecendo o corpo inteiro de seu trabalho. Este prêmio representa o ápice de uma carreira fecunda, mas seus outros nove Prêmios Jabuti ao longo dos anos também demonstram sua persistência e excelência contínua no campo literário. Tais honrarias não apenas confirmam sua estatura como uma das maiores escritoras brasileiras, mas também sua influência duradoura em várias gerações de leitores.
Mais do que uma Escritora
A habilidade de Marina Colasanti transcendeu o mundo da literatura. Além de autora, ela também atuou como jornalista e tradutora, expandindo suas contribuições para as letras e ajudando a trazer obras internacionais a um público brasileiro. Entre os autores renomados que traduziu estão Jerzy Kosinski e Giovanni Papini. Este papel de ponte cultural é apenas mais uma demonstração de seu comprometimento em enriquecer a cultura literária do Brasil.
Contribuições Sociais e Legado Familiar
Colasanti não foi apenas uma figura literária respeitada; ela também era uma voz poderosa nas causas feministas. Em um mundo frequentemente desigual, suas obras frequentemente capturavam a essência da luta feminina e da igualdade de gênero, tornando-se uma aliada importante no avanço dos direitos das mulheres no Brasil. Carregava consigo uma paixão por promover a literatura infantil, assegurando que as novas gerações tivessem acesso a conteúdos ricos em conhecimento e valores morais.
Além de sua carreira profissional, Marina era dedicada à sua família. Casada com o poeta Affonso Romano de Sant'Anna, deixa uma filha, Alessandra Colasanti, e um neto que certamente guardará seu legado com carinho. Sua morte foi sentida não só por aqueles que a conheciam pessoalmente, mas também por todos os que foram tocados por suas palavras.
Última Despedida
A despedida de Marina Colasanti será realizada em um serviço funerário restrito no Parque Lage, permitindo que amigos íntimos e familiares possam pagar suas últimas homenagens à autora que deixou um impacto indelével em todos que cruzaram seu caminho literário. Embora a causa da morte não tenha sido divulgada, a perda é profunda, e o mundo da literatura chora o falecimento de uma de suas mais queridas escritoras.
Mesmo após a sua partida, a obra de Marina continua a inspirar, encantar e iluminar leitores em todo o mundo. Seu legado permanece vivo através das páginas que escreveu, perpetuando suas histórias, ideias e crenças para as gerações vindouras. Marina Colasanti será lembrada não apenas por suas contribuições literárias, mas por ter tocado tão profundamente a alma dos leitores e escritoras que vieram a seguir seus passos.
Avaliações
Marina foi uma das poucas que conseguia fazer a gente sentir tudo com poucas palavras. Eu lembro quando li A Cidade e os Sonhos na escola e fiquei acordado até 3h da manhã só pensando nas metáforas. Ela não escrevia pra ganhar prêmio, escrevia pra tocar a alma. Ponto final.
Descanse em paz, Mestra.
É triste ver como a literatura brasileira é tão pouco valorizada enquanto ela ainda está viva. Marina merecia um museu inteiro, não só um obituário no jornal. E ainda tem gente que acha que livro infantil é 'coisa de criança'... Se ela fosse homem, já teria virado mito nacional há 30 anos.
Desculpa, mas isso aqui é hagiografia pura. Ela foi boa, claro, mas não é o 'tesouro nacional' que todo mundo tá falando. Tem escritores muito mais inovadores que ela, como Nélida Piñon ou Rubem Fonseca, e ninguém fala deles como se fossem deuses. E aí, por que só ela? Porque era mulher, branca, e escrevia pra crianças. Política de representação, nada mais.
Isso aqui é uma lágrima coletiva e tá tudo certo
Marina foi a única que me fez acreditar que palavras podem ser carinho
Quem leu As Palavras que Não se Dizem sabe o que eu tô falando
Elas não são livros, são abraços em papel
Seu nome vai viver enquanto alguém ler em voz alta
Descansa, Marina. O Brasil tá te ouvindo.
Brasileiro só valoriza quando morre. Enquanto ela tava viva, ninguém queria publicar ela, agora todo mundo tá postando citação no Instagram. Hipócritas. Ela merecia mais que memes, merecia verão inteiro de livros nas escolas, não só no Dia da Mulher.
alguem sabe se ela realmente escreveu tudo isso ou se foi o marido? affonso romano era bem famoso e elas eram casados... e tipo... será que ela nao foi só a 'esposa do escritor' que escrevia umas coisinhas? tipo... nao quero menosprezar mas... e se for só mito?
Ele escreveu o que ela disse. Ela escreveu o que sentia. A diferença é infinita.
Marina Colasanti foi uma das poucas que transformou a infância em um território sagrado - sem condescendência, sem moralismo, sem medo da complexidade. Sua literatura infantil não era 'para crianças', era 'para quem ainda lembrava como é ser criança'.
Quando traduzia Kosinski, ela não apenas convertia palavras: ela resgatava a alma das histórias e as entregava ao leitor brasileiro como um presente. Não há prêmio que pague isso.
Seu legado não está nos livros que venderam, mas nos que foram lidos em silêncio, em quartos escuros, por garotos que se sentiam sozinhos - e finalmente se sentiram vistos.
Que seu nome seja lembrado não apenas como escritora, mas como guardiã da sensibilidade.
Se ela fosse de verdade uma lenda, teria sido nomeada para o Nobel. Mas não foi, então tá. É só mais uma autora boa que o establishment resolveu canonizar depois da morte. Pode até ser talentosa, mas não é o fim do mundo.