Se você acompanha futebol sul‑americano, já deve ter cruzado o nome Juan Pablo Vojvoda. Nascido em 1977 em Rosario, Argentina, ele começou como jogador de meio‑campo, mas foi na comissão técnica que encontrou seu melhor caminho.
Depois de ser assistente por quase uma década no Newell's Old Boys, Vojvoda assumiu a chefia da equipe principal em 2015. Seu primeiro teste como treinador principal foi difícil, mas mostrou que sabia organizar o time e dar ritmo ao ataque.
Em 2016, migrou para o Arsenal de Sarandí, onde conseguiu colocar o clube entre os quatro melhores da liga. O grande salto veio em 2018, quando o Racing Club o contratou. Lá, Vojvoda levou o time à final da Copa Libertadores em 2019, algo que a torcida nunca tinha visto em quase duas décadas.
O que diferencia Vojvoda não é só o currículo, mas a forma como monta seu futebol. Ele prefere um esquema 4‑4‑2 ou 4‑3‑3, com os laterais subindo para criar largura e os volantes cobrindo bem a defesa. A ideia é manter a posse, mas sem perder a verticalidade – os atacantes costumam aparecer rapidamente nas transições.
Outra marca registrada é a valorização de jogadores jovens. Vojvoda costuma dar chance a promessas das categorias de base, o que ajuda a reduzir a folha de pagamento e ainda gera lucro nas vendas. Além disso, ele é conhecido por ser disciplinado nos treinamentos e por cobrar inteligência tática dos seus atletas.
Nos jogos, o time costuma pressionar alto nos primeiros 20 minutos, forçando o erro do rival. Se a pressão não rende, ele ajusta para um bloqueio mais regrado, permitindo que a bola circule pelos laterais. Essa flexibilidade táctica faz com que seus times sejam difíceis de prever.
No Racing, Vojvoda chegou perto de levar o clube à glória continental, mas acabou perdendo a final para o Flamengo nos pênaltis. Mesmo assim, conquistou o Torneio de Verão de 2019 e garantiu duas vagas consecutivas na Libertadores, algo que elevou o valor do seu currículo.
Depois de sair do Racing, Vojvoda teve passagens curtas por clubes como o Club América (México) e o Independiente (Argentina), mas o grande destaque recente foi a sua contratação pelo São Paulo FC em 2023. No clube paulista, ele buscou reconstruir o elenco, dando espaço a jogadores como Rodrigo Nestor e Gabriel Sara, que agora brilham na Série A.
Os torcedores já notam a mudança: o time tem mais posse, cria mais oportunidades claras e parece mais organizado defensivamente. Se continuar nesse ritmo, Vojvoda pode levar o São Paulo a títulos nacionais e, quem sabe, a outra disputa da Libertadores.
O que vem pela frente? Ainda não dá para prever, mas Vojvoda já mostrou que adaptações rápidas e foco em jovens são seu combo de sucesso. Se o resultado continuar positivo, ele pode se tornar um dos treinadores argentinos mais requisitados no continente.
Para quem acompanha futebol, ficar de olho na evolução de Juan Pablo Vojvoda vale a pena. Cada partida traz uma nova lição de tática, disciplina e, principalmente, da capacidade de transformar um grupo de jogadores em uma equipe competitiva.