Fraude bilionária no INSS: esquema atinge milhões de aposentados e abala Brasília
O Brasil ficou em alerta após a revelação de uma fraude de R$6,3 bilhões em aposentadorias do INSS, entre 2019 e 2024. O golpe envolvia descontos irregulares nos benefícios de 6 milhões de aposentados, sem autorização ou conhecimento dos idosos. As investigações da Polícia Federal, batizadas como Operação Sem Desconto, trouxeram à tona nomes de peso e mergulharam Brasília em clima de crise política. Para muitos, é o maior escândalo previdenciário da década.
O esquema funcionava assim: entidades associativas, principalmente o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), conseguiam a cobrança direta dos benefícios pelo sistema do INSS, descontando mensalidades indevidas mês a mês. Em troca, diretores dessas entidades e servidores do INSS dividiam milhões. Só o Sindnapi, ligado diretamente à família do presidente Lula, viu seus repasses aumentarem 564% de 2020 a 2024. O vice-presidente do sindicato é José Ferreira da Silva, o ‘Frei Chico’, nada menos que irmão mais velho do presidente da República.
Com a pressão aumentando, o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão em 2 de maio de 2025. Logo em seguida, Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, fez o mesmo. Ambos alegaram ‘razões pessoais’, só que nos bastidores ninguém acredita em coincidências. Enquanto isso, a Polícia Federal prendeu quatro dirigentes da autarquia e um agente federal — todos acusados de formação de quadrilha, corrupção e peculato. As entidades envolvidas também vêm sendo investigadas por lavagem de dinheiro e envolvimento direto no repasse de propinas.

Crise política se agrava com pressão por CPI e histórico de corrupção
O escândalo deu munição para deputados e senadores da oposição, que imediatamente protocolaram pedidos para abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). A intenção dos parlamentares é ir além da apuração recente e investigar contratos, relações e possíveis esquemas que datam ainda do governo Bolsonaro. Eles afirmam que o padrão dos golpes revela corrupção sistêmica no INSS, que atravessa gestões e partidos.
O clima em Brasília ficou tenso, com acusações de politicagem e tentativas de blindar aliados. O Palácio do Planalto tenta conter danos, já que o envolvimento do irmão do presidente Lula no Sindnapi levanta suspeitas de interferência política — algo negado, mas que segue alimentando manchetes e debates parlamentares acalorados. A oposição promete uma devassa em registros financeiros, contratos de desconto em folha e possíveis laços entre sindicatos, entidades, servidores e antigos gestores do INSS.
Enquanto o jogo político esquenta, aposentados e pensionistas tentam entender como foram lesados por tanto tempo, sem resposta do Estado. Organizações representando idosos já se mobilizam para exigir ressarcimento imediato dos valores descontados de modo ilegal. O episódio virou símbolo das fragilidades do sistema previdenciário nacional, mostrando como brechas tecnológicas e acordos informais podem deixar milhões de brasileiros vulneráveis a esquemas de desvio em massa.
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