Quando Shane Black, diretor conhecido por The Nice Guys, lançou Jogo Sujo no Prime Video, o entusiasmo dos fãs virou frustração.
O filme, oficialmente Jogo Sujo (Play Dirty), Prime Video, estreou em 1 de outubro de 2025, contando com o apoio de Amazon MGM Studios. A produção, baseada na série de livros “Parker” de Donald E. Westlake (pseudônimo Richard Stark), trouxe Mark Wahlberg no papel‑título.
Contexto e antecedentes
Shane Black tinha conquistado a confiança do público ao mesclar humor ácido com ação estilosa. Depois de sucessos como Bad Boys e The Nice Guys, ele optou por adaptar o anti‑herói Parker, já consagrado nas páginas de Westlake e nas duas versões cinematográficas anteriores. A expectativa era alta: um filme de assalto com a marca registrada de Black – diálogos rápidos, referências pop e cenas de perseguição coreografadas.
Entretanto, a escolha de lançar diretamente no streaming, ao lado de outros títulos da Amazon MGM Studios como The Family Plan e The Union, já sinalizava um risco comercial diferente dos blockbusters de cinema.
Detalhes da produção e enredo
A trama segue Mark Wahlberg como Parker, ladrão veterano que sofre uma traição brutal durante um roubo em Nova Iorque. Sobrevivendo a quase morte, ele busca vingança contra Rosa Salazar, a misteriosa Zen, para descobrir um esquema maior envolvendo a pilhagem de uma fortuna sul‑americana e um artefato de um regime ditatorial.
O elenco inclui ainda LaKeith Stanfield como Grofield, o parceiro sarcástico de Parker, Tony Shalhoub como o excêntrico Lozin, e Keegan‑Michael Key em uma sequência de comentários meta‑cômicos. A trilha sonora ficou a cargo de Alan Silvestri, que tentou equilibrar o tom noir com batidas mais eletrônicas.
A filmagem ocorreu em Austrália, onde as paisagens desérticas ajudaram a criar a estética “gta‑like” que muitos críticos apontaram como exagerada. A abertura, com homagens ao estilo Bond, expôs personagens ainda desconhecidos, gerando mais perguntas do que respostas.
Recepção da crítica
No Rotten Tomatoes, apenas 54% de 26 críticos deram notas positivas; já no Metacritic, a pontuação foi 51/100 baseada em 9 avaliações, indicando “críticas mistas”. A principal queixa girou em torno do ritmo irregular: as primeiras 20 minutos lembram The Nice Guys, mas logo o filme mergulha num “efeito GTA” de exageros e explosões sem contexto.
Por outro lado, Mark Wahlberg recebeu elogios por trazer uma vulnerabilidade pouco vista em Parker, enquanto LaKeith Stanfield foi descrito como o verdadeiro "ladrão de cena". Tony Shalhoub divertiu, embora seu personagem jamais parecesse ameaçador.
Alguns críticos destacaram que a ação de alta octanagem ainda consegue manter o espectador entretido, porém o enredo previsível e a falta de clareza sobre “que filme quer ser” impedem uma experiência mais satisfatória.
Reações do elenco e da direção
Em entrevista ao Variety, Shane Black admitiu que o projeto acabou “se perdendo no meio do caminho”. Ele explicou que a pressão para entregar um conteúdo exclusivo para a plataforma de streaming acabou acelerando decisões de roteiro.
Wahlberg, ao comentar no Instagram, disse que se divertiu muito no set australiano e que “Parker ainda tem muito a oferecer, basta encontrar o tom certo”. Já Stanfield compartilhou nas redes sociais que a química com Wahlberg foi o ponto alto da gravação, mas reconheceu que “o script pedia mais profundidade”.
Impacto no mercado de streaming
Apesar das críticas, Jogo Sujo superou a média de visualizações para lançamentos de ação direto no Prime Video nos primeiros três dias, segundo dados internos da Amazon. Isso sugere que a força do nome de Black e o peso de Wahlberg ainda atraem audiência, mesmo que a recepção crítica seja morna.
Analistas apontam que a estratégia da Amazon MGM Studios de diversificar o catálogo com obras de diretores consagrados pode pagar dividendos a longo prazo, contanto que a qualidade não sacrifique a reputação.
Resumo dos principais fatos
- Lançamento: 1 de outubro de 2025 no Prime Video;
- Direção: Shane Black;
- Elenco principal: Mark Wahlberg, LaKeith Stanfield, Rosa Salazar;
- Nota Rotten Tomatoes: 54% (26 críticas);
- Nota Metacritic: 51/100 (9 críticas).
Frequently Asked Questions
Por que os fãs de Shane Black ficaram desapontados com Jogo Sujo?
Os fãs esperavam a mesma energia equilibrada entre humor e ação que marcaram The Nice Guys. O filme, porém, perde o tom após os primeiros 20 minutos, mergulhando em um estilo exagerado de videogame que parece desalinhado com a assinatura de Black.
Qual o papel de Mark Wahlberg em Jogo Sujo e como ele difere das versões anteriores de Parker?
Wahlberg interpreta Parker, um ladrão experiente que sofre uma traição mortal. Ao contrário das interpretações mais marcantes de Jason Statham, a performance de Wahlberg traz uma vulnerabilidade humana, mostrando Parker como alguém mais próximo do “cara de rua” e menos como um anti‑herói invencível.
Como a produção em Austrália influenciou o visual do filme?
As locações desérticas australianas foram usadas para criar cenários amplos e vazios que remetem a jogos de mundo aberto. Essa escolha reforçou a sensação de “GTA‑like” que críticos citaram, mas também permitiu sequências de perseguição visualmente impactantes.
O filme tem potencial para melhorar sua reputação com o tempo?
Sim. Enquanto a crítica especializada foi fria, o forte elenco e a ação de alta octanagem podem atrair novos espectadores no streaming. Além disso, a presença de personagens marcantes como Grofield pode gerar um culto de fãs que redescobrem o filme.
Quais são as expectativas da Amazon MGM Studios para Jogo Sujo no futuro?
A empresa vê o filme como parte de sua estratégia de diversificar o catálogo de streaming com diretores renomados. Mesmo com avaliações medianas, a alta taxa de visualizações indica que investimentos em nomes como Black podem gerar retorno e abrir espaço para sequências ou spin‑offs.
Avaliações
Vamos analisar o que rolou com "Jogo Sujo". O filme tenta manter a vibe de Black, mas parece que perdeu o rumo no meio da trama, tipo um carro sem direção. A ação é boa, mas o roteiro deixa a desejar, faltou aquela química afiada que a gente espera. No fim, dá pra curtir, mas não alcança o nível dos clássicos.
É, que decepção. O cara prometeu uma explosão de humor e acabou entregando só barulho de explosão, nada de graça. O tom ficou tão desengasgado que dá até vontade de mudar de canal.
Olha, eu esperava que a produção fosse um meteoro de criatividade, mas acabou sendo só fumaça no deserto. A estética "gta-like" ficou tão exagerada que parecia um videogame barato, sem a profundidade do anti‑herói. Mesmo com a trilha do Silvestri, o ritmo tropeça entre cenas de alta octanagem e pausas sem sentido. No fim, a experiência ficou mais frustrante que um bug de renderização.
É legal lembrar que, apesar das falhas, o filme traz algumas discussões interessantes sobre lealdade e vingança. A vulnerabilidade que Wahlberg coloca em Parker pode ser vista como um ponto de partida para análises mais profundas. Se você olhar além das explosões, talvez encontre algum valor na construção dos personagens secundários.
Para quem curte cinema de ação, vale a pena dar uma olhada, só não espere o mesmo brilho de "The Nice Guys". A escolha de locação na Austrália deu um visual bem diferente, mas não compensa o resto. No geral, é uma diversão leve, mas nada memorável.
Curti o visual das cenas de perseguição.
Não dá pra negar que a produção gastou uma boa grana nas explosões, e isso fica bem claro, principalmente nas sequências noturnas, que são super detalhadas. O roteiro, por outro lado, parece ter sido escrito às pressas, com alguns buracos que pegam o espectador de surpresa, mas não da boa maneira. As performances ainda dão algum alento, principalmente a de LaKeith, que realmente rouba a cena em momentos críticos. Em resumo, é um filme que tem momentos de brilho, mas que também tropeça bastante ao longo da trama.