Eliminação de São Paulo nas quartas de final
Na noite de 26 de setembro de 2025, o Estádio Morumbí, considerado fortaleza do São Paulo, virou palco de um dos momentos mais dolorosos da história recente do clube. O confronto decisivo contra o LDU Quito terminou 1 a 0 para os visitantes, selando um agregado de 3 a 0 que pôs fim à campanha tricolor na Copa Libertadores. O único gol da partida saiu aos 24 minutos do segundo tempo, quando Jeison Medina aproveitou um cruzamento e bateu firme para o fundo das redes.
O São Paulo chegava ao duelo precisando reverter um déficit de dois gols marcado no primeiro encontro. O técnico tricolor optou por começar o jogo com um esquema ofensivo, mas rapidamente viu a defesa equatoriana absorver a pressão. A primeira chance clara surgiu aos 11 minutos, quando Luciano recebeu na área e bateu, mas o árbitro anulou por impedimento, deixando a torcida em silêncio.
O segundo tempo trouxe ainda mais caos dentro da grande área. Em uma jogada de velocidade, Luciano, agora mais próximo do gol, colidiu com o goleiro do LDU Quito, gerando um pênalti que acabou não sendo marcado por falta de contato claro. A decisão do árbitro gerou protestos, mas o árbitro manteve a partida em aberto, permitindo que o LDU Quito mantivesse seu plano defensivo.
Com o relógio avançando, a urgência virou desespero. O São Paulo passou a atacar em bloco, enviando laterais e meias pela esquerda e pela direita em busca de brechas. Apesar da quantidade de finalizações, a maioria ficou por pouco: chutes para fora, defesas milagrosas do goleiro e rebotes que não cruzaram a linha. A torcida, que esperava ver o time virar o jogo, assistia a uma sequência de quase gols que nunca se concretizavam.
Quando o apito final soou, a frustração tomou conta dos torcedores e do elenco. A eliminação representa não apenas o fim de uma campanha continental, mas também um golpe ao moral de um clube que historicamente tem sido um dos pilares da competição sul‑americana.

Análise tática e perspectivas
A estratégia do LDU Quito foi a de absorver a pressão e explorar os contra‑ataques. O técnico equatoriano organizou a equipe em um bloco compacto, limitando espaços entre linhas e forçando o São Paulo a armar jogadas individuais que se mostraram pouco efetivas. A marcação alta de Carlos, jogador de meio‑campo do LDU, impediu a formação de triângulos ofensivos, obrigando o tricolor a buscar o perímetro.
Já o São Paulo, ao apostar em um 4‑3‑3 mais avançado, acabou vulnerável nas laterais. O LDU Quito encontrou nas laterais esquerdas e direitas a oportunidade de arrancar rápido, enquanto o tricolor mantinha a linha defensiva alta, deixando brechas nos laterais. Essa decisão tática gerou oportunidades de contra‑ataque que culminaram no gol de Medina.
Do ponto de vista individual, o desempenho de Luciano foi ambíguo. Apesar de criar duas boas chances, o gol anulado e a colisão com o goleiro mostraram falta de sangue frio nas situações decisivas. Por outro lado, o meio‑campo do LDU, comandado por Diego, mostrou maturidade ao distribuir passes curtos e seguros, evitando erros de ball‑possession que poderiam abrir a defesa tricolor.
Com a saída da competição, o São Paulo volta o foco para o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. A carga de jogos ainda será pesada nos próximos meses, e o treinador precisará ajustar o elenco, talvez apostando em jogadores de rotações que ainda não tiveram chance plena. A necessidade de recuperar a confiança dos torcedores será tão importante quanto a busca por pontos na liga.
Para o LDU Quito, a vitória abre caminho para as semifinais, onde enfrentará o Palmeiras. Será a primeira vez em 17 anos que o clube equatoriano chega a essa fase, e a confiança gerada pela eliminação do São Paulo pode ser decisiva nos próximos confrontos. A equipe demonstra que, com disciplina tática e um pouco de ousadia nos contra‑ataques, pode competir de igual para igual com os gigantes brasileiros.